Síndrome do Ovário Policístico
A síndrome do ovário policístico (SOP) tem se destacado como uma desordem metabólica mais comum nas mulheres em idade reprodutiva. Sua incidência varia de 6 a 10 % e vários fatores estão envolvidos na sua gênese.
As principais características clínicas e laboratoriais dessa síndrome são os DISTURBIOS MENSTRUAIS.
No histórico menstrual dessas mulheres é comum, distúrbios da menstruação, tais como:
_ocorrer precocemente após a menarca (1º menstruação), alterações menstruais associadas a manifestações tais como acne, aumento dos pelos, aumento da oleosidade da pele, que repercutem de forma negativa sobre a auto estima das adolescentes.
_ocorrer ciclos menstruais com um intervalo de mais de 40 dias, podendo chegar a intervalo de 60 a 90 dias ou mais. Num período de 12 meses a mulher pode menstruar menos de 6 vezes, ou mesmo entrar em amenorreia (ausência completa da menstruação).
PRESENÇA DE HIPERANDROGENISMO
O Hiperandrogenismo é um distúrbio endócrino caracterizado pelo aumento dos hormônios masculinos (testosterona total e livre), sendo frequente o aparecimento de acne, aumento dos pelos em áreas tipicamente masculinas tais como região da face, raiz das coxas, região lombar, região inter mamária.
Também pode ocorrer queda de cabelo-alopecia de padrão androgenético (padrão masculino de calvície).
FORMA POLICÍSTICA DOS OVÁRIOS
A forma policística dos ovários é observada, durante a ultrassonografia pélvica por via vaginal ou abdominal, quando os ovários estão aumentados de tamanho e com múltiplos cistos na sua periferia.
A síndrome dos ovários policísticos pode ser considerada um fator de risco para a mulher desenvolver diabetes mellitos tipo 2 e dislipidemias (aumento do colesterol total e triglicerídeos) e obesidade.
Essas manifestações citadas compõem um quadro clínico que varia de paciente para paciente. As repercussões metabólicas que acompanham a SOP, precisam ser corrigidas para reduzir o risco cardíaco, metabólico e reprodutivo.
A etiologia da SOP não é totalmente conhecida.
A acantose nigricans (as manchas escuras que surgem nas regiões onde há pequenas dobrinhas na pele) é uma afecção cutânea caracterizada por hiperpigmentação da pele na região das axilas, virilha, pescoço, cotovelo, muito relacionada ação da insulina diretamente sobre a pele.
Aproximadamente 50 a 60% das mulheres com SOP apresentam sobrepeso ou obesidade que podem estar relacionados à fatores genéticos, físicos, psíquico, ambiental, comportamental e familiar.
Estudos mostram que mulheres com SOP tem risco aumentado para depressão e ansiedade, causa frequente da diminuição do bem estar físico e psíquico.
O primeiro passo para o tratamento da SOP é a mudança do estilo de vida.
Saia do sedentarismo! Faça uma atividade física pelo menos 3 x por semana.
Equilibre seu peso com uma dieta saudável. A redução do peso tem impacto positivo no metabolismo do colesterol e da glicose e além de regular os ciclos menstrual melhora a fertilidade.
Os sintomas que acompanham a SOP são muito variados. Cabe inicialmente, a ginecologista fazer uma avaliação clínica e laboratorial da mulher, bem como a identificar quais sintomas da SOP que causa impacto mais negativo na sua qualidade de vida, para orientação adequada.
O tratamento deve ser individualizado e adaptado as queixas e as necessidades de cada paciente.
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